Caixas
- e outras que foram construídas depois - viraram brincadeira e, no final do
ano, formavam um dos cantinhos da sala. Um canto que estimula a oralidade, o
raciocínio e a expressão artística.
Alunos de Deborah
manipulam os fantoches: projeto incentivou a moçadinha a falar mais.
Foto: Ricardo Benichio
No começo de 2005, a turminha de 4 anos de Deborah Santos
Soares da Silva, 45 anos, professora da Escola Municipal de Educação Infantil
Jardim Monte Belo, em São Paulo, não era muito falante. Um ou outro, de vez em
quando, narrava algum fato acontecido em casa ou na escola. Mas era difícil
para os 35 pequenos se expressarem quando ela pedia comentários ou opiniões
sobre os temas das aulas. Para que superassem essa dificuldade, Deborah, que
leciona há seis anos, decidiu criar situações em que eles sentissem vontade de
falar. Propôs a montagem de caixas de histórias que servissem de cenário para a
narração de contos. Os personagens seriam representados em forma de fantoches.
"A caixa foi a motivação que faltava para os pequenos perderem a timidez,
adquirirem confiança e criarem diálogos", afirma.
Passo-a-passo e metodologia
1. A escolha do conto
No começo do projeto, ninguém sabia muito bem o que vinha a ser uma caixa de
histórias. Deborah resolveu não revelar tudo de uma vez, deixando a curiosidade
e a expectativa da turma também darem uma força ao projeto. O primeiro passo
foi escolher a história que seria montada - e ela precisaria necessariamente
agradar a todos para haver envolvimento. Em roda, a criançada elaborou uma
lista com os contos preferidos, ditando-os para a professora. Ela escreveu os
títulos em papel pardo, atuando como escriba da turma. Na aula seguinte aconteceu
a votação para eleger a primeira aventura que seria estudada e encenada na
caixa. Chapeuzinho Vermelho ganhou disparado.
2. Leitura em voz alta e decoração
Escolhido o enredo, a professora decidiu reservar um dia por semana para o
projeto. Durante várias segundas-feiras, Deborah leu em voz alta diferentes
versões da menina perseguida pelo Lobo Mau. Primeiro sem mostrar as figuras,
para que as crianças imaginassem as cenas, os personagens e as situações
vividas por eles. Em um segundo momento, ela começou a mostrar as ilustrações.
Quando os alunos ficaram familiarizados com a narrativa, foi a hora de partir
para a confecção do cenário que revestiria internamente a caixa (ela reutilizou
uma que vem com a merenda escolar). Todos começaram, então, a desenhar os
ambientes em que se passa a história e os personagens: o Lobo, a Vovó, o
Caçador e Chapeuzinho. Cada um escolheu o material que desejava usar - lápis de
cor, giz de cera e canetas hidrográficas de diversos tipos.
Deborah cortou a caixa de modo que a frente e as laterais se abrissem e
ficassem em formato de um minipalco. A tampa foi mantida para que, após o uso,
os fantoches pudessem ser guardados. As crianças ajudaram a encapar a caixa com
papéis variados e com os próprios desenhos. Elas escolheram, também por
votação, as imagens que foram usadas para decorá-la. Os personagens ganharam
forma com a colagem dos desenhos em palitos de sorvete.
3. Hora de contar
histórias
Os mais desinibidos foram os primeiros a se oferecer para testar a novidade.
Eles revezavam-se na atividade e, ao mesmo tempo em que desenvolviam a
oralidade, serviam de modelo para os mais tímidos, que também se arriscaram a
fazer os recontos no final do projeto. Com o grande interesse da turma, a
professora propôs a confecção de outra caixa. Ela retomou o processo de escolha
e João e Maria foi o conto eleito. Já sabendo como tudo funcionava nessa
segunda vez a turma caprichou na narração da história e trabalhou com mais
autonomia. Na hora da atividade oral, todos mostraram mais desenvoltura do que
no começo do projeto. A fala já estava mais fluente, recheada de novas palavras
e de detalhes sobre as situações e os personagens. As imagens e os cenários
ficaram mais coloridos. As duas caixas - e outras que foram construídas depois
- viraram brincadeira e, no final do ano, formavam um dos cantinhos da sala. Um
canto que estimula a oralidade, o raciocínio e a expressão artística.
TEMA
Confecção de caixa de histórias para desenvolver a oralidade
1º estágio (4 anos)
Objetivos e conteúdos
Deborah queria que a turma desenvolvesse a capacidade de expressar sentimentos e opiniões ao mesmo tempo que tivesse prazer em escutar histórias. Era preciso que os alunos ampliassem o vocabulário e notassem o encadeamento do texto com a seqüência lógica dos fatos. Para atingir essas metas, a professora usou uma caixa de papelão, fantoches de palito de sorvete e contos de fadas.
Avaliação
Durante o projeto, as crianças começaram a participar mais das aulas: pediam a palavra em diversas situações em que antes permaneciam caladas e faziam perguntas pertinentes ao tema.
No final do projeto, alguns ainda se sentiam tímidos. Mas, ajudados pelos colegas, também esses foram capazes de contar histórias inteiras. Todos mostraram mais autonomia no uso de material de Artes.
Confecção de caixa de histórias para desenvolver a oralidade
1º estágio (4 anos)
Objetivos e conteúdos
Deborah queria que a turma desenvolvesse a capacidade de expressar sentimentos e opiniões ao mesmo tempo que tivesse prazer em escutar histórias. Era preciso que os alunos ampliassem o vocabulário e notassem o encadeamento do texto com a seqüência lógica dos fatos. Para atingir essas metas, a professora usou uma caixa de papelão, fantoches de palito de sorvete e contos de fadas.
Avaliação
Durante o projeto, as crianças começaram a participar mais das aulas: pediam a palavra em diversas situações em que antes permaneciam caladas e faziam perguntas pertinentes ao tema.
No final do projeto, alguns ainda se sentiam tímidos. Mas, ajudados pelos colegas, também esses foram capazes de contar histórias inteiras. Todos mostraram mais autonomia no uso de material de Artes.
Bibliografia:
Contar história na caixa. http://revistaescola.abril.com.br
Avental com fantoches. http://professorageorgia.blogspot.com.br/2011/10/sugestoes-de-tapetes-aventais-de.html